quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Abre as cortinas pra mim...




que eu não me escondo
de ninguém.

Quero estar sempre buscando. E quando tropeçar na estrada, me levantar, e continuar andando.

Quero criar um conto. Mistério, Fantástico, Humor, drama, viagem, pessoas, um presente. E que as minhas inspirações sejam um papel caído, o barulho da água, uma mordida na maçã, um soluço bobo, ou um sonho, uma criança sorrindo, um desenho animado, a chuva sussurando em meus ouvidos.

Quero estar em uma peça de teatro e sutilmente, disfarçadamente, fazer a imaginação fluir, e fazer sorrir aos tristonhos e comover aos insensíveis e desatensos.

Quero continuar a ver milagres.

Quero ler meu livro.

Declamar minhas poesias.

Quero agradecer a quem nunca vai e sempre me estende a palavra, a música.

E desejar felicidade aos que foram sem dizer adeus.

Quero ouvir Milton,Djavan, Chico. E ler Clarice, Cecília e Vinícius.

E reler a infância, um Pedro Bandeira, um Exupéry ou um outro conhecido ou não, mas que saiba tocar com as palavras certas e abraçar meu coração.

Quero imaginar um mundo em que os valores ainda valham, e onde quem esteja indignado saia gritando.

E quem não estiver contente, diga simplesmente, ao invés de fechar os olhos, os ouvidos e enrubescer a face.

Não quero esquecer do que vivi, nem de onde comecei.

Não quero esquecer a minha busca.

Nem o conto que eu criar.

Nem os gerúndios e locuções verbais que eu usar como nesse escrito e nem os Verbos que eu soltar.

Nem o teatro em que eu participar.

Nem os milagres.

Nem meu livro.

Ah, e nem os filmes que vi.

Nem minha poesia.

Nem as músicas e os textos.

Nem tentar falar muito de mim, como isso assim.

Porque ainda sou jovem, ainda viva, ainda sonhadora, esperançosa e, convicta. Tenho os cabelos loiros esbranquiçados iguais aos dos meus sete anos daquela foto sentada com a sombrinha de flores azuis e vermelhas, a blusa rosa, a saia branca e, não adianta dizer que não; e o meu sorriso vem comigo, no meu bolso, no meu rosto, nos meus olhos.

domingo, 4 de outubro de 2009

Gritante.

Acabo de saber que Mercedes Sosa faleceu. "Eu só peço a Deus" foi cantada por ela em conjunto com Beth Faria, lindamente, encantadoramente, intimamente e comoventemente.

Mas isso não estava nos meus planos; a morte nunca está num plano de futuro próximo(num instante imediato), mesmo quando se está doente.
Eu poderia colocar essa música da Mercedes Sosa, mas como eu já havia dito, não estava nos meus planos e a lembrança dessa letra de agora me ocorreu de repente, não sei quando, sem letra maiúscula nem pontuação, só sei que foi assim...

Fora De Si

Arnaldo Antunes

eu fico louco
eu fico fora de si
eu fica assim
eu fica fora de mim

eu fico um pouco
depois eu saio daqui
eu vai embora
eu fico fora de si

eu fico oco
eu fica bem assim
eu fico sem ninguém em mim


Inté!

sábado, 3 de outubro de 2009

Incomplet(ude)o.

Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever.
Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer?
Se antes da pré-história já havia os monstros apocalípticos?
Se esta história não existe, passará a exitir. Pensar é um ato. Sentir é um fato.
Os dois juntos-sou eu que escrevo o que estou escrevendo. Deus é o mundo.
A verdade é sempre um contato interior e inexplicável.
A minha vida a mais verdadeira é irreconhecível, extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique.

Peguei emprestado com Clarice Lispector.

domingo, 20 de setembro de 2009

Pensar. Parar. Escrever. Clicar. Dormir.

Estou exausta, mas não direi que estou cansada. Meus olhos doem bastante mas não hesitarei em escrever. Ponho os óculos, me posiciono bem na cadeira e assim ficarei até terminar por aqui.

Não tenho vontade de mudar de minha cidadezonazinha(depende do ponto de vista, e se for pelo meu será cidadezonazérrimissíssimérrima-aprendi essa hipérbole em uma apresentação de teatro em que Soltávamos o Verbo e em um momento discutíamos sobre a beleza de um anel: -Lindíssimo! -Lindérrimo!, Lindíssimérrimo! -Lindissíssemerréssemíssimo!...Se alguém der conta de ler, me diga!), mas espero que se um dia isso ocorrer, que seja brevemente.
Um coração pode pertencer a vários lugares ou pessoas mas uma pessoa não descobre sozinha a dimensão do que ela representa a outrem.
Ouvi dizer que a juventude atual é inoperante e passiva.. (e é sobre isso que estou com vontade de falar depois de ter pensado na importância de minha cidade, no teatro e no valor das pessoas).. sem sonhos, porém, cheia de vontades, mas vontades milhares e tão efêmeras! Basta um piscar de olhos ou estalar de dedos para que alguém mude os ângulos de sua visão e já esteja cheia de novas vontades presentes até que o ângulo mude de novo e os 360º se completem.
As pessoas adoram generalizar, taxar, pragmatizar e muitas, por mais que falem e falem, são um mero poço de aceitação voluntária.
Há sempre o certo e o errado de um ponto de vista pois há sempre realidades diferentes que o analisam, e por mais que essas se pareçam, as bagagens são diferentes.
Falando em juventude ou em geração, acho que seus comportamentos são reflexos do contexto em que se enquadram. O fato de não se haver uma revolução nas ruas não significa que em casa não haja pessoas assistindo ao Domingão do Faustão cheias de vontades de fazer mudanças no mundo- a começar pelo programa. hauhauha.
Sonhos são semeados, plantados, impossíveis de serem despejados na mente como informações quaisquer.
E mesmo a vontade, que não é sonho, que talvez seja adquirida por algum contato com uma idéia legal, um ponto de vista bom, ou simplesemnte tenha surgido, vale muito. “Avulso a qualquer contexto ou realidade está a vontade e é nela que resida a força, seja ela de um jovem ou não, individualizada ou não”. Foi o que escrevi em uma reflexão na aula de Sociologia, mas estou cansada das mesmas reflexões que não nos levam a lugar algum dentro da própria sala de aula, pois nem sequer os professores lêem-nas. Não disse que não são importantes as reflexões, pelo contrário, quero dizer que devem ser feitas e feitas e feitas quando forem, de fato, ouvidas, questionadas, esclarecidas e blá blá blá. Cansada de ouvir dizerem que nos querem ver pessoas centradas e honestas no futuro, quem são eles quando nem sequer lêem nossos escritos, e quando lêem é com aquela famosa Leitura Dinâmica,-no estilo, bater o olho e dar um maisinho, ahan,sei!-nem nos estimulam como alunos nem nos olham como juventude sonhadora, quem são eles para dizer que fazem parte de nossas vidas quando não sabem quem somos?
“Quem são eles, quem eles pensam que são?"
Pronto, escrevi, depois de perceber que após semanas sem escrever aqui muitas coisas se passaram e algumas já não estão tão latejantes, talvez porque as vontades mudaram, quem sabe para um novo ângulo?
Espero que ouçam a música, durante ou logo após, não preciso explicar, mas a mente cria o significado, então nada melhor que Hollywood para complementar!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Na verdade, a realidade.

Se as pessoas soubessem o risco que correm a todo instante, todos os dias...
Dizem que os momentos em que as palavras fluem são os em que os sentimentos se fazem presente mais intensamente seja fortemente na alegria ou na tristeza.
Li em algum lugar que o ser humano nunca é só alegria ou só tristeza...talvez disso resulte nossa inconstânica, nossas mudanças repentinas de humor, nossas inseguranças. E talvez seja isso que nos faça seres melhores, seres que possam tornar-se melhores. Disso resultam as medidas inexatas de cada um, as errâncias...E conseguem conter um pouco a tristeza.

Uma boa viagem havíamos feito, dias de alegria, brincadeiras, descanso e paz. O humor não tinha dessas mudanças repentinas porque estava tudo sempre bem. Infelizmente, um telefonema mudou nossas vidas, ninguém espera uma tragédia, não é mesmo? São memórias que ficarão para sempre guardadas.
Mas isso me fez refletir muitas coisas, de que realmente a vida precisa ser vivida intensamente e são frases como essas que parecem repetidas ou banalizadas, mas são dotadas de grandes verdades. Abraçar mais, agradecer mais, sorrir mais, chorar quando der vontade para não guardar mágoas, escrever cartas e mandá-las, visitar pessoas que fazem parte de sua existência mesmo que marcaram apenas uma etapa de nossas vidas...Ninguém espera que o pior aconteça consigo mesmo, mas nem por isso percamos o otimismo! Otimismo, por favor...

Eu tinha mais algo para escrever, branco!...mas isso acontece a qualquer momento, quisera o cérebro ser uma agenda virtual...
Ah, era que além de nunca sermos apenas tristes ou alegres, não somos apenas idosos, adultos, ou apenas adolescentes ou apenas crianças. A frase "Somos seres inacabados" recai para todos esses momentos inclusive na velhice.. Além de incabados, resultamos das experiências e nos moldamos a partir de cada uma. Por isso, eu não sou só jovem. Não sou só triste. Não sou só alegre. Não sou só lisbela. Não sou só junto. Não sou só só. Não sou só irmã. Não sou só amiga. Não sou só filha. Sou tudo isso que eu sei que sou e parte daquilo que ainda não consegui. Sou metade de mim.

"O mais difícil é recomeçar
começar de novo o que acabou
porque só não acaba o que é eterno."

terça-feira, 30 de junho de 2009

Feliz aniversário, envelheço na cidade!

"Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos lhe direi
Amigo eu me desesperava."

Qual será o melhor dia do ano em nossa vida?
O dia em que se conhece um futuro amigo, o dia da melhor festa do ano,
o dia em que se revê um antigo conhecido, parente ou o

dia do nosso Aniversário?
A vida é feita de afirmações e omissões, dizer algo
generalizadamente é um tanto complicado pelo fato de
constantemente voltarmos atrás em idéias e ações.
Hoje é assim, amanhã não, ano que vem nem se sabe.
Ah, me lembrei de uma música: "Hoje aqui,amanhã não se sabe, vivo agora antes que o dia acabe... e é tão fácil viver sonhando."
Essas músicas do fundo do baú são as melhores!
Voltando ao melhor dia do ano, hoje pode sê-lo enquanto o amanhã não chega e assim o ano permanece devagar e sempre..
Mas é impossível esquecer por um minuto o que enfim chegará, devagar ou não, difícil ou não. Realmente, ano difícil.
Quem sabe o melhor dia do ano seja mesmo o dia do nosso aniversário?
Afinal, ele ocorre invariavelmente, porque não valorizá-lo?
Blá blá blá..O que realmente eu desejo para mim nessa data tão querida?
Será o mesmo que digito para os amigos que não são amigos clichêentemente no orkut? -Olá! [b]PARABÉNS[/b]!! Felicidades!
Quem sabe ainda dizem: -Que legal, você se lembrou!
Ôoo, o orkut além de aproximar as pessoas com um contato humano forte, tem calendário, são mil e uma utilidades.
Isso não é sarcasmo, é senso!..Mas pensamentos vêm e vão, seres humanos vêm e vão, diferentemente da data do nosso aniversário com as expectativas.
Então eu desejo para mim muito além do que eu possa dizer.
Espero a superação de minhas ignorâncias e a supressão de limitações.
"A gente quer ver horizonte distante!"
Eu quero chocolate, amigos, sorrisos e muito mais emoções nesse dia tão lindo. Tá vendo? Esperamos um monte de coisas, afirmamos coisas sem que elas tenham acontecido..Isso só ocorre pela existência e contato com pessoas maravilhosas que sem olhar o calendário no orkut chegam ate nós e nos desejam os Parabéns envoltos de muita alegria, saúde e amor!
Neste meu aniversário eu desejo felicidades a todos..
Deixo para vocês Ira!-Envelheço na cidade!

Um feliz aniversário pra mim ou pra você!

domingo, 19 de abril de 2009

Sem fim. Sem fim!

Estou maravilhosamente e demasiadamente emocionada.Minhas mãos agora trêmulas quase me impedem de digitar.Há algum tempo atrás entrei em uma comunidade relacionada ao melhor filme que já assisti em minha vida. Digo isso sem peso na consciência ou sem pensar além para analisar outros filmes mais recentes e que também são bons, mas que não são como minha querida história sem fim. É claro que haverá quem discorde, mas meu ponto de vista prevalecerá sempre,imutavelmente em meu pensamento.
Sem contar que esse é um filme de 1984 com diretor/co-escritor Wolfgang Petersen. Mais uma contribuição para que eu gostasse do mínimo de artificialidade que o filme tem sem o peso de tantos artifícios que a tecnologia cinematográfica inventou, conseguiu e aprimorou à medida dos anos.
Mas ainda não expliquei o motivo de minha comoção. O filme chama-se A História sem fim e se eu quiser fazer uma mínima descrição basta eu colocar isso que está no site:
"Quando o jovem Bastian pegou emprestado um misterioso livro ele jamais sonhou que ao virar uma página seria levado a um mundo de fantasia onde pudesse ver um caracol de corrida, um morcego planador, um dragão da sorte, elfos, uma Imperatriz Menina, o valente guerreiro Atreyu e uma pedra ambulante chamada Come-Pedra. A História Sem Fim segue os limites da imaginação."
Entretanto, não segue os limites pois vai além de tudo que se possa imaginar e do que eu poderia descrever.
Sem efeitos especiais tão superficiais como os de hoje em dia, sem histórias recontadas sem essência como acontece atualmente.
Não estou desmerecendo a tecnologia atual, porém, há filmes que não necessitam de certos arranjos para transmitirem uma mensagem bonita e que toque o coração dos humanos. Assim como O Mágico de Oz marca a infância de muitas crianças também e creio que seja da mesma época ou mais antigo ainda.
O fato é que a comunidade tem comentários de pessoas que contam a aventura de assisti-lo. Pessoas que hoje mais velhas relembram a mágica presente nesse filme quando na época tinham uns oito anos e alguns dizem: "Eu sabia que ele transmitia uma mensagem muito importante só que eu ainda não conseguia entender naquela idade".
Sem que essas pessoas saibam elas contribuem para que esses sonhos deixados lá se perpetuem!O mundo precisa disso! As crianças precisam conhecer,crescer com e a partir disso!
Pareço a criança que sentou num sofá para assistir a um filme infantil nos seus seis anos de idade e que teve a vida mudada a partir daquele dia. Repeti a mesma cena quando, depois de tantos anos procurei-o nas locadoras e não o encontrei, criando outra história que não é necessária agora. Mais importantes foram as mesmas lágrimas e a mesma sensibilidade e os mesmos sonhos daquela mesma criança sedenta de sonhos que os anos não se preocuparam em apagar!
Recapitulando..O dilema no site era que a Warner propôs o remake do filme, em outras palavras, trazer essa história com filmagem antiga para os dias atuais. Alguns dizem que será ótimo e que valerá a pena, outros dizem que não seriam capaz de recriar o filme e que para isso modificariam o que já foi criado e que já tocou os corações de quem assistiu.
A História sem Fim é com certeza a personificação da imaginação, da criatividade da criança que há em todos os seres humanos e também da fé e a coragem. A fé é algo transcendental e que só quem assistir entenderá o motivo.
Enfim, talvez o remake faça o filme se tornar mais conhecido e assistido, mas vale a pena mesmo assistir ao original e se encantar com as aventuras dos dois lados e entender e acreditar que o lado da imaginação está bem próximo do real e que é possível vivê-lo, basta desligar-se de tudo que hoje nos corrompe ou nos afasta dessas coisas quase imperceptíveis e tão reais e tão mais importantes.
Deixo aqui a indicação desse filme, que talvez seja impossível de se encontrar nas locadoras em que o dvd reina.
Assim como há livros de cabeceira, há essa história para uma vida inteira!

quinta-feira, 19 de março de 2009

Eu amo,tu amas, ele ama.

Amar

Carlos Drummond de Andrade

Que pode uma criatura senão,
senão entre criaturas, amar?
amar e esquecer,
amar e malamar,
amar, desamar, amar?
sempre, e até de olhos vidrados, amar?

Que pode, pergunto, o ser amoroso
sozinho, em rotação universal, senão
rodar também, e amar?
amar o que o mar traz à praia,
o que ele sepulta, e o que, na brisa marinha,
é sal, ou precisão de amor, ou simples ânsia?

Amar solenemente as palmas do deserto,
o que é entrega ou adoração expectante,
e amar o inóspito, o áspero,
um vaso sem flor, um chão de ferro,
e o peito inerte, e a rua vista em sonho, e uma ave de rapina.

Este o nosso destino: amor sem conta,
distribuído pelas coisas pérfidas ou nulas,
doação ilimitada a uma completa ingratidão,
e na concha vazia do amor a procura medrosa,
paciente, de mais e mais amor.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.



Para que eu não fosse injusta com os vários poemas que nesse ano constam em meu livro de Português, decidi abri-lo em uma página qualquer e o que constasse ou sobre o que constasse nela eu escreveria aqui.
Então, deparei-me com essa linda poesia de Drummond que eu já havia lido em algum lugar e que por, sem pensar além, ter gostado muito, ficou guardada em minha memória.
Eu não poderia descrevê-la, e quem poderia descrever o amor?
(Para mim)O verbo amar não é uma ação involuntária, porque depende e causa consequências não só em um mas em tudo ao redor. E o sentimento amar é como um sentimento involuntário.
E que tristeza ele ser involuntário, mas que tristeza se ele não fosse..
Involuntário ou não, o ser humano consegue distorcer os bons sentimentos olhando e encontrando em tudo o lado frio, amargo e só, que é completamente o contrário de amar.
O amor é o todo e o tudo e antes dos outros é o amor por aquilo que somos...
"Amar a nossa falta de amor, e na secura nossa amar a água implícita e o beijo tácito e a sede infinita."
Não bastassem as hipérboles,aparecem as antíteses também nesse post..
Eita confusão.Confusão, que nada!É a culpa boa da poesia!
Mas para a bela poesia ser sentida, ela tem que ser criada por alguém e recriada por cada um dentro de si mesmo.
Mas ser recriada de uma forma que não modifique sua essência, mas modifique o nosso Ser em relação ao que ela é.

Agora, me digam, o que pode uma criatura senão, entre criaturas,amar?

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Verbo errar e suas repercussões erradas..

Errar é humano! Boa frase para início de um post ou incitação de uma conversa filosófica.
E não é que a Filosofia e Sociologia estão encarnadas nos diálogos e acontecimentos de nosso dia-a-dia! Que a Sociologia está é sabido, mas a presença e diversidade certa da filosofia naquilo que é errado ou não é algo que passa despercebido muitas vezes.
Vou lhes contar uma historinha com um desfecho não muito feliz!

Meu pai viajara no início da semana e eu havia perdido minha carona nos três dias seguintes a isso. Horário de verão. Os companheiros na rota pro colégio acostumaram-se a acordar mais cedo que eu e por isso, ia sozinha em meio à escuridão daquelas manhãs.
Nos dias em que isso acontece, eu observo as pessoas que permeiam pelas ruas e dificilmente encontro alguém que também esteja quase atrasado para me acompanhar.
Há sempre duas mesmas mulheres que caminham pela longa subida uns cinco passos atrás de mim, e eu como não tenho interesse de alongar minha caminhada como elas, encurto caminho por uma ruinha estreita. Elas com seus tênis estilosos e calças de malha caminham sempre na mesma intensidade dos passos.
Vejo os moto taxistas em seus postos preparados pra iniciar o dia, os poucos carros trafegando e nem as lojas abertas.
Poucos ciclistas. Porém, esse foi um dia em que eu me chateei por ter que voltar em casa para buscar meus óculos quando estava quase na metade do caminho.
Eu não me emburrara. Os companheiros haviam passado logo de manhã e eu ainda não estava pronta. Tudo bem! Estava calma, calmíssima.
Prosseguindo minha caminhada avistei os moto taxistas, as mulheres atletas, umas duas camionetes e dois carros menores passaram ao meu lado. Nenhum conhecido pra me dar carona. Pouco me importava. O sono que ainda me consumia e a lente dos óculos que me cansava me impediu de apressar. De repente, na subida, um ciclista passa na direção contrária a mim em uma velocidade de 200km/h(brincadeira!hehehe).
Impossível eu não arregalar meus olhos e não olhar para trás.
Pensei que seria muito fácil ele cair na descida com a velocidade que estava.
Não deu outra! Fiquei com remorso do que eu havia pensado ou medo da força que os pensamentos têm. Mas a queda era inevitável numa velocidade daquelas e num declive tão intenso. O rapaz caiu e rolou cinco vezes no chão. Apressadas as atletas o socorreram e uma camionete também parou. E não é que a ambulância chegou de imediato!
Ninguém precisava de mim naquele momento e então prossegui minha caminhada com uma feição triste e espantada.
Dois dias depois eu li uma matéria no jornal dizendo o que o filho do senador, um ciclista profissional que viera do Rio de Janeiro passar uma semana de folga havia saído do hospital após cirurgia. Ele rompera os ligamentos do joelho direito quando descia em velocidade mínima, dando espantosamente, cinco voltas no chão. Engraçado como os jornais usam as testemunhas para descrever os acontecimentos. O fato é que agora o rapaz talvez não pudesse correr nunca mais naquela velocidade. Talvez nem pudesse mais correr!Já que os eufemismos são permitidos.
Pois bem, vocês se perguntam aonde é que eu quero chegar.
Toda ação tem uma reação.
Isso me fez refletir sobre a repercussão de nossos erros em nossa própria vida. Excesso de velocidade é um erro. Ainda mais pra quem vive daquilo (esportes que envolvem carros, motos e bicicletas). E os atletas quando caem e se machucam?...Lembremos de Daiane dos Santos e Diego Hipólito. Perder um campeonato. E eu me pergunto se para eles o fato de perder será mais sofrido do que o de se machucar? Creio que sim! Seria tão mais fácil estar bem com sua própria consciência sem se preocupar com o que a consciência dos outros diz sobre nós. Se as pessoas fossem julgadas a partir do caminho que percorreram para realizar algo ao invés de serem julgadas apenas pelo resultado final!
E as dançarinas do Faustão quando fazem algum passo errado ou caem?É um programa ao vivo, não é?
E se os cantores esquecem a letra de alguma música?
E se os motoristas de Fórmula 1 saem da pista?
E se a comida sai salgada ou sem sal em um restaurante?
E se os professores passam alguma informação errada?
E se eu chegasse ao segundo horário?
E se o ciclista tivesse descido mais devagar?
E se os atores errarem em plena uma apresentação de teatro? Já tive essa dúvida e depois percebi que o primordial é a crença em nossa capacidade e em nossa superação.
Tudo bem que quebrar a perna num show de equilibrismo vai doer e pode até prejudicar a carreira dessa pessoa por motivos físicos, mas me dizer que apenas o fato de cair é motivo de ser despedido vai contra as leis filosóficas de que Errar é humano!
Seria tão mais fácil se cada erro servisse como impulso de ponto de partida para a tentativa de algo novo ao invés de ser motivo de julgamento e indiferença!
Somos julgados em cada passo! Não esqueçamos que também já fomos ou seremos os juízes em alguma situação da vida!
Duas citações mostram dois dos lados como os erros são vistos..:
Como disse Platão: Errar é humano, mas também é humano perdoar. Perdoar é próprio de almas generosas!
minha professora diz: - Errar é humano, mas permanecer no erro é burrice!

Varia e é relativo!
E coitado do ciclista...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Estar de volta estando sempre.

O Vento

Los Hermanos
Composição: Rodrigo Amarante

Posso ouvir o vento passar,
assistir à onda bater,
mas o estrago que faz a vida é curta pra ver...
Eu pensei..
Que quando eu morrer
vou acordar para o tempo e para o tempo parar:
Um século, um mês,três vidas e mais um passo pra trás?
Por que será?
... Vou pensar.
- Como pode alguém sonhar o que é impossível saber?
- Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer e isso, eu vi,o vento leva!
- Não sei mas sinto que é como sonhar que o esforço para lembrar é a vontade de esquecer...
E isso por que?
Diz mais!Uh... Se a gente já não sabe mais rir um do outro meu bem
então o que resta é chorar e talvez,se tem que durar,
vem renascido o amor bento de lágrimas.
Um século, três,se as vidas atrás são parte de nós.
E como será?
O vento vai dizer lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!
Não coloquei essa letra de música por especificidade alguma. Ouvi já algumas vezes e gostei. Gosto também de várias outras deles. Ir ao site e escutar as músicas infindamente...Los Hermanos traz algo diferente e indescritível, mas não vou me adentrar a isso.
O fato é que já fazia algum tempo que eu não vinha postar. E a verdade é que senti falta. Aí está, não sei se o esperado, mas é algo que me deu vontade e agora o tempo falta..Ou talvez eu deva aprender a administrar, porque o que faz falta, com certeza é essencial!
A música fala um pouco de várias coisas e muitas ficam subentendidas, eu ainda não parei para pensar realmente o porquê de tê-la colocado aqui. Mas se coloquei...
Ela já diz o que eu nem sei que quis.
Ah..como foram bons esses minutinhos digitando..!Até a próxima e em breve!