quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Abre as cortinas pra mim...




que eu não me escondo
de ninguém.

Quero estar sempre buscando. E quando tropeçar na estrada, me levantar, e continuar andando.

Quero criar um conto. Mistério, Fantástico, Humor, drama, viagem, pessoas, um presente. E que as minhas inspirações sejam um papel caído, o barulho da água, uma mordida na maçã, um soluço bobo, ou um sonho, uma criança sorrindo, um desenho animado, a chuva sussurando em meus ouvidos.

Quero estar em uma peça de teatro e sutilmente, disfarçadamente, fazer a imaginação fluir, e fazer sorrir aos tristonhos e comover aos insensíveis e desatensos.

Quero continuar a ver milagres.

Quero ler meu livro.

Declamar minhas poesias.

Quero agradecer a quem nunca vai e sempre me estende a palavra, a música.

E desejar felicidade aos que foram sem dizer adeus.

Quero ouvir Milton,Djavan, Chico. E ler Clarice, Cecília e Vinícius.

E reler a infância, um Pedro Bandeira, um Exupéry ou um outro conhecido ou não, mas que saiba tocar com as palavras certas e abraçar meu coração.

Quero imaginar um mundo em que os valores ainda valham, e onde quem esteja indignado saia gritando.

E quem não estiver contente, diga simplesmente, ao invés de fechar os olhos, os ouvidos e enrubescer a face.

Não quero esquecer do que vivi, nem de onde comecei.

Não quero esquecer a minha busca.

Nem o conto que eu criar.

Nem os gerúndios e locuções verbais que eu usar como nesse escrito e nem os Verbos que eu soltar.

Nem o teatro em que eu participar.

Nem os milagres.

Nem meu livro.

Ah, e nem os filmes que vi.

Nem minha poesia.

Nem as músicas e os textos.

Nem tentar falar muito de mim, como isso assim.

Porque ainda sou jovem, ainda viva, ainda sonhadora, esperançosa e, convicta. Tenho os cabelos loiros esbranquiçados iguais aos dos meus sete anos daquela foto sentada com a sombrinha de flores azuis e vermelhas, a blusa rosa, a saia branca e, não adianta dizer que não; e o meu sorriso vem comigo, no meu bolso, no meu rosto, nos meus olhos.