domingo, 20 de setembro de 2009

Pensar. Parar. Escrever. Clicar. Dormir.

Estou exausta, mas não direi que estou cansada. Meus olhos doem bastante mas não hesitarei em escrever. Ponho os óculos, me posiciono bem na cadeira e assim ficarei até terminar por aqui.

Não tenho vontade de mudar de minha cidadezonazinha(depende do ponto de vista, e se for pelo meu será cidadezonazérrimissíssimérrima-aprendi essa hipérbole em uma apresentação de teatro em que Soltávamos o Verbo e em um momento discutíamos sobre a beleza de um anel: -Lindíssimo! -Lindérrimo!, Lindíssimérrimo! -Lindissíssemerréssemíssimo!...Se alguém der conta de ler, me diga!), mas espero que se um dia isso ocorrer, que seja brevemente.
Um coração pode pertencer a vários lugares ou pessoas mas uma pessoa não descobre sozinha a dimensão do que ela representa a outrem.
Ouvi dizer que a juventude atual é inoperante e passiva.. (e é sobre isso que estou com vontade de falar depois de ter pensado na importância de minha cidade, no teatro e no valor das pessoas).. sem sonhos, porém, cheia de vontades, mas vontades milhares e tão efêmeras! Basta um piscar de olhos ou estalar de dedos para que alguém mude os ângulos de sua visão e já esteja cheia de novas vontades presentes até que o ângulo mude de novo e os 360º se completem.
As pessoas adoram generalizar, taxar, pragmatizar e muitas, por mais que falem e falem, são um mero poço de aceitação voluntária.
Há sempre o certo e o errado de um ponto de vista pois há sempre realidades diferentes que o analisam, e por mais que essas se pareçam, as bagagens são diferentes.
Falando em juventude ou em geração, acho que seus comportamentos são reflexos do contexto em que se enquadram. O fato de não se haver uma revolução nas ruas não significa que em casa não haja pessoas assistindo ao Domingão do Faustão cheias de vontades de fazer mudanças no mundo- a começar pelo programa. hauhauha.
Sonhos são semeados, plantados, impossíveis de serem despejados na mente como informações quaisquer.
E mesmo a vontade, que não é sonho, que talvez seja adquirida por algum contato com uma idéia legal, um ponto de vista bom, ou simplesemnte tenha surgido, vale muito. “Avulso a qualquer contexto ou realidade está a vontade e é nela que resida a força, seja ela de um jovem ou não, individualizada ou não”. Foi o que escrevi em uma reflexão na aula de Sociologia, mas estou cansada das mesmas reflexões que não nos levam a lugar algum dentro da própria sala de aula, pois nem sequer os professores lêem-nas. Não disse que não são importantes as reflexões, pelo contrário, quero dizer que devem ser feitas e feitas e feitas quando forem, de fato, ouvidas, questionadas, esclarecidas e blá blá blá. Cansada de ouvir dizerem que nos querem ver pessoas centradas e honestas no futuro, quem são eles quando nem sequer lêem nossos escritos, e quando lêem é com aquela famosa Leitura Dinâmica,-no estilo, bater o olho e dar um maisinho, ahan,sei!-nem nos estimulam como alunos nem nos olham como juventude sonhadora, quem são eles para dizer que fazem parte de nossas vidas quando não sabem quem somos?
“Quem são eles, quem eles pensam que são?"
Pronto, escrevi, depois de perceber que após semanas sem escrever aqui muitas coisas se passaram e algumas já não estão tão latejantes, talvez porque as vontades mudaram, quem sabe para um novo ângulo?
Espero que ouçam a música, durante ou logo após, não preciso explicar, mas a mente cria o significado, então nada melhor que Hollywood para complementar!