segunda-feira, 2 de março de 2009

O Verbo errar e suas repercussões erradas..

Errar é humano! Boa frase para início de um post ou incitação de uma conversa filosófica.
E não é que a Filosofia e Sociologia estão encarnadas nos diálogos e acontecimentos de nosso dia-a-dia! Que a Sociologia está é sabido, mas a presença e diversidade certa da filosofia naquilo que é errado ou não é algo que passa despercebido muitas vezes.
Vou lhes contar uma historinha com um desfecho não muito feliz!

Meu pai viajara no início da semana e eu havia perdido minha carona nos três dias seguintes a isso. Horário de verão. Os companheiros na rota pro colégio acostumaram-se a acordar mais cedo que eu e por isso, ia sozinha em meio à escuridão daquelas manhãs.
Nos dias em que isso acontece, eu observo as pessoas que permeiam pelas ruas e dificilmente encontro alguém que também esteja quase atrasado para me acompanhar.
Há sempre duas mesmas mulheres que caminham pela longa subida uns cinco passos atrás de mim, e eu como não tenho interesse de alongar minha caminhada como elas, encurto caminho por uma ruinha estreita. Elas com seus tênis estilosos e calças de malha caminham sempre na mesma intensidade dos passos.
Vejo os moto taxistas em seus postos preparados pra iniciar o dia, os poucos carros trafegando e nem as lojas abertas.
Poucos ciclistas. Porém, esse foi um dia em que eu me chateei por ter que voltar em casa para buscar meus óculos quando estava quase na metade do caminho.
Eu não me emburrara. Os companheiros haviam passado logo de manhã e eu ainda não estava pronta. Tudo bem! Estava calma, calmíssima.
Prosseguindo minha caminhada avistei os moto taxistas, as mulheres atletas, umas duas camionetes e dois carros menores passaram ao meu lado. Nenhum conhecido pra me dar carona. Pouco me importava. O sono que ainda me consumia e a lente dos óculos que me cansava me impediu de apressar. De repente, na subida, um ciclista passa na direção contrária a mim em uma velocidade de 200km/h(brincadeira!hehehe).
Impossível eu não arregalar meus olhos e não olhar para trás.
Pensei que seria muito fácil ele cair na descida com a velocidade que estava.
Não deu outra! Fiquei com remorso do que eu havia pensado ou medo da força que os pensamentos têm. Mas a queda era inevitável numa velocidade daquelas e num declive tão intenso. O rapaz caiu e rolou cinco vezes no chão. Apressadas as atletas o socorreram e uma camionete também parou. E não é que a ambulância chegou de imediato!
Ninguém precisava de mim naquele momento e então prossegui minha caminhada com uma feição triste e espantada.
Dois dias depois eu li uma matéria no jornal dizendo o que o filho do senador, um ciclista profissional que viera do Rio de Janeiro passar uma semana de folga havia saído do hospital após cirurgia. Ele rompera os ligamentos do joelho direito quando descia em velocidade mínima, dando espantosamente, cinco voltas no chão. Engraçado como os jornais usam as testemunhas para descrever os acontecimentos. O fato é que agora o rapaz talvez não pudesse correr nunca mais naquela velocidade. Talvez nem pudesse mais correr!Já que os eufemismos são permitidos.
Pois bem, vocês se perguntam aonde é que eu quero chegar.
Toda ação tem uma reação.
Isso me fez refletir sobre a repercussão de nossos erros em nossa própria vida. Excesso de velocidade é um erro. Ainda mais pra quem vive daquilo (esportes que envolvem carros, motos e bicicletas). E os atletas quando caem e se machucam?...Lembremos de Daiane dos Santos e Diego Hipólito. Perder um campeonato. E eu me pergunto se para eles o fato de perder será mais sofrido do que o de se machucar? Creio que sim! Seria tão mais fácil estar bem com sua própria consciência sem se preocupar com o que a consciência dos outros diz sobre nós. Se as pessoas fossem julgadas a partir do caminho que percorreram para realizar algo ao invés de serem julgadas apenas pelo resultado final!
E as dançarinas do Faustão quando fazem algum passo errado ou caem?É um programa ao vivo, não é?
E se os cantores esquecem a letra de alguma música?
E se os motoristas de Fórmula 1 saem da pista?
E se a comida sai salgada ou sem sal em um restaurante?
E se os professores passam alguma informação errada?
E se eu chegasse ao segundo horário?
E se o ciclista tivesse descido mais devagar?
E se os atores errarem em plena uma apresentação de teatro? Já tive essa dúvida e depois percebi que o primordial é a crença em nossa capacidade e em nossa superação.
Tudo bem que quebrar a perna num show de equilibrismo vai doer e pode até prejudicar a carreira dessa pessoa por motivos físicos, mas me dizer que apenas o fato de cair é motivo de ser despedido vai contra as leis filosóficas de que Errar é humano!
Seria tão mais fácil se cada erro servisse como impulso de ponto de partida para a tentativa de algo novo ao invés de ser motivo de julgamento e indiferença!
Somos julgados em cada passo! Não esqueçamos que também já fomos ou seremos os juízes em alguma situação da vida!
Duas citações mostram dois dos lados como os erros são vistos..:
Como disse Platão: Errar é humano, mas também é humano perdoar. Perdoar é próprio de almas generosas!
minha professora diz: - Errar é humano, mas permanecer no erro é burrice!

Varia e é relativo!
E coitado do ciclista...

5 comentários:

Isabela disse...

Gostei do tamanhão do post... "Textos/pessoas grandes tem um certo charme."
Tudo bem, parei com piadinhas.

Errar... eu, particularmente, penso bastante sobre esse verbo. Como eu acho que já te disse, eu me culpo demais, e sempre acho que errei ou falhei em algo, mas isso é outro assunto. Errar é humano sim, mas prefiro seguir a linha de que perdoar é preciso, dependendo da gravidade do erro, e da quantidade também. Errar, perdoar, merecer ou não... São questões que são tão faladas, mas sempre precisamos falar mais, pensar mais, para tentar nos aproximar mais em cada situação. Claro que existem situações que só sabemos como vamos agir quando/se passarmos por elas.

Coitado do ciclista mesmo, espero que tudo fique bem com ele.
beijo!

Unknown disse...

aaiaii, é tão difícil flar desse verbo errar e dos nossos erros.
qm nunca errou que atire a primeira pedraa néh!
Mas acho q errar faz parte da vida, é errando q aprendemos a certar depois ( ou não né em alguns casos! aiushiaouh ).
Como seria o mundo se soubéssemos sempre o que é certo de se fazer e que taal atitude naum teria consquências??
Impossíveel!!
Talvez, para o ciclista, a vida naum valesse a pena andando sempre devagaar, sem emoção, adrenalinaa.
Aaaah, e se eu foor continuaar aki flando sobre errar, acertar e tudo mais esse assunto naum acaba nunca!
adoreeei seu texto Isaa!
Nos faz refletiir muita coisa!!
beeijoo

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Neto disse...

O Erro: no direito “é um vício no processo de formação da vontade, em forma de noção falsa ou imperfeita sobre alguma coisa ou alguma pessoa.” Essa definição não parece, pra mim, abranger a complexidade do erro e a complexidade de análise do erro.

Acredito como Platão, que errar e perdoar são próprios do ser humano. O erro é mesmo muito relativo, nós somos relativos, e tratar disso é difícil. Plutarco, filosofo grego e discípulo de Platão, disse: “Deixar de cometer erros está fora do alcance do homem. Entretanto, de seus erros e enganos, o sábio e o homem racional adquirem experiência para o futuro.” Ele acreditava que a felicidade e a paz só seriam alcançados com o controle total das paixões e a completa racionalidade. Errar implica, em muitos casos, em danificar algo, seja material ou moral, se alguém se sente prejudicado, usa a lei para se ressarcir.

Vejo o erro como parte do processo de amadurecimento, assim como pagar pelos erros também. Escrevi certa vez “O tempo traz de novo os mesmos erros que é pra eu pagar” (Curvas) o ciclista está pagando pelo erro que cometeu. Frejat canta: “Não deixe o sol morrer, errar é aprender, viver é deixar viver” (Barão Vermelho – Enquanto ela não chegar). No caso da falha, estamos todos sujeitos a isso, porque é o risco de se tentar, e tentar é humano!

Mateus disse...

Cantores vão esquecer a letra e dançarinas vão cair muito ainda, hehehe!
Errar é ruim pra mim, mas já me acostumei, por isso gosto de aprender com os erros, mas mesmo o que é um erro é relativo, haha.
Tem gente que parece não se importar em fazer tudo errado, mas talvez tudo aquilo não seja considerado errado para aquela pessoa. Alguns persistem no erro por talvez não acharem que seja algo que pese em sua vida. Como eu disse, eu procuro não repetir meus erros, mas provavelmente há quem diga que eu sou estranho por fazer besteiras.
Todos estão sujeitos, todos vão errar, alguém vai aprender!